quarta-feira, 15 de setembro de 2010

até a lua chora cinza,
tamanho foi o sonho varrido em estradas frias
em tanta agonia, ela ainda chora, bela.

"chorasse" tanto?
- e os risos, e o amor daquele dia?

nas ruínas do tempo, em tempo
e ao passo... some doce lua.

"mas promete voltar junto com o dia?"
-quem sabe um dia, ou uma noite inteira,
talvez.

15/09/2010


escrevo isso hoje por não aguentar viver todo o pensamento sozinha.
ele sabe que é pra ele. e até isso agradeço: agradeço pela inspiração da minha poesia.
ALTO salto,
e salto.
mergulho, esmero- espero.

jogo sobre sensações tristes.

vivendo ativamente em estado de espera,
supondo sonhos, assumindo erros.

espero.

acreditou mesmo nas coisas.
mesmo que brevemente...

[faz tempo essa também.. mas não me apego a datas..]
andou tão sozinha e quis tanto.
rebateu idéias e construiu castelos.

afastou-se do jardim velho e acabado.
-já não trazia flores,
nem pássaros,
nem ruas,
nem sonhos.

quis tanto ter o céu
mas não se contentou com a estrela.
quis tanto perder a estrela
por não saber ser lua.

[palavras soltas e passadas - há muito, algum lugar de 2009- que só agora encontram motivo para ser]

sábado, 4 de setembro de 2010

há dias que sinto a clara sensação de ser o que sou.
sem pretensão alguma e pelo simples prazer de pensar em mim mesma, vejo com brilho e clareza a singela forma humana que sempre assumo e que sou.
não sei se muitas, algumas ou raras pessoas conseguem, mesmo que por
breves momentos, "se vê" na mais simples pureza.
se tem algum conselho que daria de graça a um desconhecido HOJE,
este seria: "conhece-te a ti mesmo". o velho sócrates estava repleto de razão ou
da mais bela loucura quando soube proclamar isso.
acredito não haver nada melhor do que saber como agir em situações cercadas de tabus
e nhênhênhê. e com o tempo as coisas vão se tornando cada vez mais óbvias.
e mesmo assim a vida não perde a cor e a graça. os mesmos ciclos se repetem, as mesmas formas, ações e momentos.. mas o frio na barriga continua alí, sendo cada vez mais inspirador.

é engraçado. se olharmos para trás, tudo o que nos trouxe até aqui, continua lá, em algum lugar na memória e desse "plano passado". sou um pouco de cada pessoa que conheci e um pouco de cada momento que vivenciei e acredito que todos são mas poucos tomam conhecimento disso. tenho uma teoria fajuta e tosca que poucos param para analisar o por quê de cada fato, o por quê de cada término de namoro, de cada briga com a melhor amiga, o motivo pelo qual nos tornamos inseguros e desconfiados em cada situação diferente e etc etc etc. poucos são os que refletem sobre tais assuntos. não me acho melhor do que ninguém por tornar pertinente cada "coisa" dessa que acontece comigo, muito pelo contrário, por vezes chego a desejar que ninguém mais pense tanto quanto eu. por outro lado isso também me ajuda a viver melhor cada situação e principalmente, me ajuda a não sofrer tanto com "pouco coisa"... e sou muito feliz assim...mesmo que por vezes me vejo serenamente sozinha.

momento muito nostálgico agora... aqui em casa fico assim...
acho que porque aqui fui me formando nisso que sou hoje. e gosto disso.
dessa sensação de domínio das coisas e da percepção que crio em cima da minha própria fragilidade. isso é muito bom. acho que é a tal delícia de ser o que é né? pode ser... se for, estou bem.
.


"conhece-te a ti mesmo - isto é, torna-te consciente de tua ignorância..."

domingo, 29 de agosto de 2010

e do amor hoje só não sei dizer mais o que penso
ou se dele ainda sou.
não crio a pretensão de dele saber também.

assim, não haveria mais graça ou sentido.
porque a ele podemos pertencer em alguns breves momentos.
em momentos de puro devaneio ou em um mero instante breve.
leve. leveza.
isso basta. ou deveria bastar.

[inacabado, quando a inspiração voltar continuo]

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

hoje acordei sentido algo especial.
tive duas demonstrações lindas de amizade de duas amigas.
queria registrar esse fato aqui. a importância e a felicidade de
saber que podemos contar com alguém.
são poucas as pessoas que conseguem nos entender.
são poucas que são dignas de ser chamadas de amigos mesmo.
ando me sentindo um pouco sozinha e cada vez mais confusa.

tem tanta coisa louca lá fora...
ainda mais nessa época de espetáculos:
"abram alas para o circo, o circo eleitoral."

essas coisas me confundem bastante.
será que sou eu que estou mais crítica, mais madura e consciente,
ou será que as "campanhas eleitorais" estão cada vez mais ridículas mesmo?
sem vontade, sem esperança, sem ânimo, morreeeendo de preguiça de votar.

[e pra quem me conhece sabe que nunca fui disso... quanta diferença da última eleição presidencial... até campanha fiz.]

as coisas REALMENTE mudam... isso é reconfortante. ou não.

estou com vontade se me sentir conscientemente alienada,
dói menos.

""Ensino que a vida jamais deveria ser modificada ou esmagada devido à promessa de outro tipo de vida futura. O imortal é esta vida, este momento."

"Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti."

Friedrich Nietzsche
mesmo as pedras
- com o tempo, mudam.

FATO.
Fez tanto luar que eu pensei nos teus olhos antigos
e nas tuas antigas palavras.
O vento trouxe de longe tantos lugares em que estivemos,
que tornei a viver contigo enquanto o vento passava.

Houve uma noite que cintilou sobre o teu rosto
e modelou tua voz entre as algas.
Eu moro, desde então, nas pedras frias que o céu protege
E estudo apenas o ar e as águas.

Coitado de quem pôs sua esperança
nas praias fora do mundo...
- Os ares fogem, viram-se as águas,
mesmo as pedras, com o tempo, mudam.

Valsa - Cecília Meireles.
confusa e aliviada ela pode desabafar os antigos remorsos.
e tudo ia bem quando quem assim via
tudo estava pelo danone na manhã de domingo

e podia pelo dia que ia
e assim ia o dia
e a semana inteira, talvez.

toca um samba, renova o espírito.
agora ainda é cedo
vai sem medo, vai levando
nada mais pode causar tanto espanto.

domingo, 16 de maio de 2010

vontade de escrever aqui coisas claras,
coisas fáceis. coisas.
apenas aquilo que possa
me colocar como observadora de mim mesma.

acredito que pensar sobre nós mesmos
nos fragiliza. acredito que pensar também
não seja a melhor forma de fugir,
mesmo quando se tem vontade...



a tarde.
o sol.
a cor.
o cheiro.

inspiração clara da forma sutil.
momento,momentos

amadurecer a pele em eixos simples,
perceber a clareza do encontro.
momentos infinitos
- encontrar, estar, querer -
infinitamente menores graficamente

lágrimas nascidas por meios tristes
transcedendo a percepções alheias

esperar, pacientemente.
superar, contagens regressivas.

desejar.

quero que o sol da tarde
traga pra perto
o que de mim o vento frio levou.