terça-feira, 5 de maio de 2015

pra R.

Agora deixei um pouco mais de alma em um pouco mais de coisas que fiz.
Ando precisando me preencher de algo. Algo subjetivo, algo profundo.
Consegui esse preenchimento por alguns instantes, me recarreguei de mim mesma,
de verdades que muitas vezes não posso enxergar sozinha.
É preciso aprender que essa longa jornada chamada vida, deve ser feita sozinho,
mas não quero mais.
Quero me despejar em alguém e trocar o fardo, quando não posso com o meu.
Quero abraços e toques sinceros. Quero poder fazer planos.
Só isso.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

ele não vem

Depois de mais um ano sem escrever, retomo esse blog tosco para tratar de um tema importantíssimo para o universo feminino contemporâneo: migas, o príncipe não vem.

Pois é, pois é. Me custou entender isso também, mas é a mais pura realidade.
Infelizmente esse blog é acessado somente por mim e por alguns anônimos que o espiaram mês passado (o que vieram aqui fazer, também é um mistério pra mim), mas o que eu queria na verdade era que o todas as meninas entendessem o que escreverei nas próximas linhas. Facilitaria um bocado as suas vidas!
Portanto, retomo a afirmativa de que o príncipe não vem.

Desde de pequena, ainda na pré escola e em toda sala de aula que eu estudasse, sempre me encantava platonicamente por um menininho. Nunca o contrário e sempre platonicamente. Talvez fosse culpa dos óculos grandes, da canela fina, do cabelo desgrenhado por uma franja/moda infeliz ou por eu simplesmente ser uma menininha feia. Mas nenhum descaso abalou meu coração infantil e todo ano tinha um menininho que o balançava.
Os anos passaram e na adolescência as coisas ficaram ainda mais dinâmicas e platônicas. Nunca me esquecerei do primeiro rapaz que conheci com os "três beijinhos": uma espécie de código adolescente no qual quando rola um interesse o casalzinho se conhece por três beijinhos (não sei se isso era só em Varginha, mas ok) não passou disso e já fiquei condenada a nunca esquecer. Nem do meu primeiro beijo e amor platônico master, que me fez sentir na pele aquele drama existencial patético dos poetas da fase romântica. Esse primeiro beijo/primeiro amor me rendeu infinitos caderninhos de poesia e imensos sonhos.

Claro que tudo isso aconteceu em uma época remota, aonde não rolava cutucar no face, pegar o whatsapp, espiar no tinder e nem nada disso. O amor era na raça mesmo, nas sms prontas, com aqueles desenhinhos que desejavam bom dia e tudo mais que a mente a toa permitisse.
Foi uma época boa, parecia que as coisas eram mais reais. Mas talvez seja só na mente desse ser que vos fala.
De qualquer forma, depois de alguns namoros que deram errado eu sempre persisti na ideia de me apaixonar. Não teve um só dia em que em algum momento eu pensei alguma coisa relacionada a isso.
Parece que o coração é o único músculo do meu corpo sem memória. Apesar de todas as desilusões e desencantos, eu nunca desisti de um dia encontrar o cara certo. Sabe aquela simples saidinha pro mercado? Então, nunca foi simples na minha cabeça, no meu mundo amarelo. Eu sempre via em qualquer atividade do meu dia a oportunidade perfeita pra encontrar O CARA.
Bem aquela coisa hollywoodiana mesmo. Estar comprando coisas constrangedoras como papel higiênico e absorvente e esbarrar nO CARA. Ou ir ao shopping e O CARA passar por mim e não conseguir me tirar da cabeça e ele fizer de tudo até me encontrar. Tem as vezes da biblioteca da universidade também, encontrar O CARA na seção dos meus livros favoritos... e por ai vai.
Todo esse mundo imaginativo é fruto da minha eterna esperança de encontrar O CARA com quem vou me casar, ter filhos, um cachorro e ver filmes aos domingos. Na minha cabeça amarela, nesse mundo estranho, as pessoas tinham encontros astrais perfeitamente costurados pelo universo, em uma história magnífica, com a bênção de Deus.

Mas depois de algum tempo a procura desse cara, passei a procurar as respostas sobre o por quê desse cara não ter aparecido ainda ou ainda sobre o por quê que alguns dos meus ex's namorados conseguem ser tão perfeitos para outras meninas.
Não que eu não esteja apaixonada no momento, muito pelo contrário. Me encontro em estado de puro amor por um menino lindo. Mas todas as coisas pelas quais passei e dificuldades que encontro nessa atual relação, contribuem para os meus questionamentos sobre O CARA. As vezes me pego imaginando um cara X (sem cabeça, porque tenho imaginações bem reais e não ousaria usar a cabeça de qualquer um no meu cenário imaginativo) me esperando no altar e sendo gracinha durante o café da manhã do domingo. E mesmo apaixonada por alguém hoje, imagino esse cara lá, esperando que eu o encontre.
Foi ai que as coisas começaram a ficar mais claras na minha cabeça.

Sabe aqueles dias que parecem ter um "tema"? Sim, parece que em diferentes situações, com diferentes pessoas, o mesmo assunto é abordado de diferentes formas e se torna o "tema" da semana.
Na minha semana o tema foi "não espere o amor da sua vida".
Em diferentes momentos, com diferentes pessoas, de diferentes tribos e visões, cheguei a esse assunto e a resposta que tive foi sempre a mesma. NÃO EXISTE A PESSOA CERTA!!!


Pois é... na minha mente de 25 anos isso ainda era um tabu. Era algo que eu buscava inconscientemente em todo relacionamento que eu entrava!
Talvez esse tenha sido o motivo de tudo ter dado errado até agora. Eu estava buscando a pessoa perfeita, aquela que daria certo com os meus amigos e parentes, que prefere cachorro a gato, que tenha barba mas que não seja muito peludo, que goste de sair pra dançar só comigo e que também não se importe em ver filmes na sexta feira, que fosse católico e que também queira casar na igreja, que more em um raio de 10km, que seja engraçado e comunicativo e que me pedisse em casamento do jeito mais romântico do mundo. É claro que esse cara não veio e nem nunca vai vir por completo!!!
As pessoas não nascem em formas e somos nós, humanos e meros mortais, que trabalhamos nessa compatibilidade quase divina!
Não existe aquela pessoa que saiu da nossa vida porque tinha que sair mesmo. Somos nós que decidimos quem fica e por quanto tempo fica. Não dá mais pra sonhar com o príncipe encantando que já chega todo montadinho e perfeito pra gente. É a nossa vontade que prevalece sempre. A vontade de se adaptar a alguém, de se moldar, de ceder, de cobrar na medida certa, de dar espaço e saber pedir espaço sem afastar. É a vontade de construir o príncipe encantado.



E contudo o que deixo é que o príncipe não vem migas, mas talvez o sapo já esteja ai.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

pra essa [péssima] noite

Eu gostaria de escrever sem que parecesse ridículo. Passei por uma péssima noite.
Alucinações se misturando com a realidade vivida e com a almejada. Até aonde somos capazes de viver nossos desejos sem que isso nos enlouqueça?
Esse desejo de vida, de cor, de paixão.. a paixão que dá frio na barriga. A paixão que cega. A vontade que nos distancia de nós mesmos para que não vejamos quão capazes somos de estarmos sozinhos.

Não sei viver sozinha e aprender a conviver com isso tem me custado muita ansiedade e toque de loucura. Quanto de mim cabe dentro de mim mesma sem que eu me transborde em alguém? Quanto? Chega a ser insuportável esse excesso. Preciso me transbordar em algo que me tenha admiração, que me olhe, que me sinta e que me queira. Sou muito pra mim mesma.. muita melancolia e muito drama, muito de mim. Muito. Estou farta de futilidades e regras vãs. Farta de muita coisa sem sentido, de muita espera e de pouca paciência.

Gostaria de acelerar o tempo, de ver o desfecho de tudo isso pra saber que mal me causei de fato.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

anônimo

ei você, tem alguém ai?
quero seu contato. quero seu retrato de hoje.
quero seu tom, quero falar com você.
é, é você mesmo e você sabe que é com você que estou falando.
não ria de mim.. sou uma pobre coitada que vive sem rumo no amor,
e cá estou, outra vez te olhando e lembrando.
fala comigo, manda um sinal!
uma carta, um postal, uma pelúcia talvez.
você sabia de mim desde o início.
você sempre soube da minha loucura e das minhas fraquezas
sou uma cabeçuda fraca, sem moral e sem rancor,
que vive sozinha noites a dentro, tentando entender aonde errou.
ih, rimou.
se entender, fala comigo, me busque, saiba de mim leitor!
e agora ela estava sentada em frente ao mundo frio, buscando paixões, sonhos e crenças.
ela gosta de viver de passado, da sombra e do remorso. ela se refugia em dramaturgias vagas
buscando um pouco de si. bebendo, alimentando-se de vontade.
é tão patética a figura que criamos de nós mesmo quando se fala alto. é tão menor e tão vazio.
a obscuridade do pensamento mantém velado aquilo que deve ser preservado, calado e somente sentido.
cala-te alma insana! cala-te para que possas te mostrar como verdadeiramente és.
sente a brisa do tempo que passa e ajeita.. sente, isso, respira!
lava essa boca de auto julgamentos e necessidades, sai desse corpo e... minerva!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

há sempre um lado que pesa e outro lado que flutua

"Pelo fato da vida ser, relativamente, tão curta e não comportar “reprises”, para emendarmos nossos erros, somos forçados a agir, na maior parte das vezes, por impulsos, em especial nos atos que tendem a determinar nosso futuro. Somos como atores convocados a representar uma tragédia (ou comédia), sem ter feito um único ensaio, apenas com uma ligeira e apressada leitura do script. Nunca saberemos, de fato, se a intuição que nos determinou seguir certo sentimento foi correta ou não. Não há tempo para essa verificação. Por isso, precisamos cuidar das nossas emoções com carinho muito especial.

[...] A contradição pesado-leve é a mais misteriosa e mais ambígua de todas as contradições."

Milan Kundera - A Insustentável leveza do ser



eu deixo e recebo um tanto de um tanto comum que passa por mim e que me rouba um pedaço.
sou da escala da minha vontade, do meu sonho do meu passo.
quem pode julgar o desperdício das minhas únicas chances de sentir um calafrio na espinha,
num desejo desesperado de vida?
o mistério é o movimento cíclico das coisas;
a dicotomia doente da escolha;
é o ponto de equilibrio do desejo de ficar.

é, foi, será e fica sendo o egoísmo verdadeiro.

sábado, 6 de abril de 2013

tfg

Etapas, ciclos. Tudo uma hora se encerra para que uma nova etapa comece, dando continuidade nessa roda grande e viva que é a vida.
É estranho o apego que temos em momentos. Momentos são coisas inconstantes; são imateriais, presenciais, previstos e imprevistos impreterivelmente.

Mas o mais chatinho dessa coisa da vida é quem vai saindo do caminho. Uns até demoram pra ir, mas uns saem sem falar tchau, saem devagarinho, silenciosamente e de repente não estão mais na nossa rotina. Não estão mais no Tião, nem nos corredores, nem no almoço no RU. Vão estar em lugares ermos, com conversas repletas de nostalgias e de saudade.
Mesmo que permaneçam, não estarão mais. Sairão em busca de novos ares, de novos e frescos ventos de novidade e de planos. Quem fica, vive até esperar o fechamento daquele ciclo. Fica naquele marasmo obsoleto que é fresco para os novos. Novos que iniciam seus ciclos no fim do dos outros e por ai vai.

Vou sentir saudade das pessoas que encerram essa etapa antes de mim. Vou sentir saudade principalmente por não ter certeza de que elas vão continuar na minha vida na nova etapa delas.

Mas pelo menos sei que os momentos, que é aquela coisa imaterial já dita, vão se eternizar em saudades que serão lembradas por todo o resto de uma vida, podem ter certeza disso.


Para as minhas queridas formandas: Locaperigosa, Lolo e Audreyaudrey.